amores abortados em noites quentes

peço um uísque
sem gelo
ao barman,
tomo um gole
para começar a
esvaziar
minha mente.
este noite eu não
quero esquecer,
porém ainda estou
disposto a conhecer.
bolas estão rolando
na mesa de sinuca
e eu lembro que
na semana passada
havia gente jogando
cartas, mas isso eu
não sei.
tomo um gole
para me ajudar
a despertar,
sabendo que só restará
o sono
na medida que
mato
esta sede.
às mesas, cadeiras em par
enquanto o barman me
espera para fazermos
aquilo
uma outra vez.
ele é meu melhor amigo
e eu sou o dele
esta noite,
assim como a lua para as
estrelas, e as estrelas para
as putas.
meu celular vibra, só que não
quero ser aquele cara.
rostos conhecidos se divertem em
frases prontas e uma liberdade
planejada
de acordo com o calendário
enquanto abraço a carência
que reclamam
quando comento de nossas
desventuras.
tomo um gole
e deixo o recinto fechado,
quero secar minha garganta
desta vez.
é irônico como o Marlboro
se dá tão bem com uma
bebida quente
em uma madrugada como a
tarde carioca.

mas eu ainda preciso ser
esquentado
de algum jeito,
sendo esses os únicos
somente
ao meu alcance.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 07/05/2018
Código do texto: T6329978
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