Não parecia...
Não parecia que era céu, o que se via
Nem parecia que era a sombra, que temia
Não parecia que era o vento ciumento
Que anunciava teu retorno, teu intento
Não parecia que a brisa ao despertar-te
Acariciava-te a alva tez a iluminar-te
Não parecia que era relva, suave encanto
Que cautelosa, prenunciava com o seu manto
Não parecia que era o mar insinuante
Que agraciava os amantes, navegantes
Não parecia que era eu que pressentia
Nem parecia que eras tu que me querias...
Não parecia que era água que desaguava
Nem parecia que era fogueira que queimava
Não parecia que era a lua que conduzia
Nem discernia se era sonho ou fantasia!
Algo em mim que envolvia, entorpecia...
Comparecia, ouvia, via, insistia, embevecia
No meu peito aviltava, seduzia, preenchia...
Não... Não era eu que enlouquecia!...
Eras tu que eu via...
Eras tu, que eu vivia!