Fase
Nas minhas intermináveis noites, hoje, exatamente hoje acabei aqui contando estrelas, olhando a lua, admirando suas fases, aliás, quem dera um dia entender essas “fases”.
Aqui comigo apenas a companhia de uma amigável garrafa de uísque e a cada dose insiste em me presentear com cheiro da saudade que você deixou.
Sem gelo, com gelo, é apenas uma tentativa de anestesiar minha dor, talvez na minha utopia, você ainda sinta falta do meu cheiro, da prosa malfeita e feita às pressas no intervalo do nosso filme favorito. Quem sabe no silêncio do teu coração, ainda exista um pouco de mim, e em cima do guarda-roupa, ainda haja uma caixinha com um bilhete escrito à mão, borrado de caneta velha junto o urso de pelúcia empoeirado que você dizia que iria guardar para sempre com carinho.
Nos meus sonhos sempre têm um pouco de você, no meu olhar, ainda reflete teu corpo.
A minha insônia é você, nos meus delírios, o teu nome que ecoa, não é à-toa que ainda te espero, e ainda te quero.
Hoje aqui estou dedicando meu tempo às lembranças de uma fase que passou, bebendo da poesia que dos teus olhos escorriam, e entre um gole e outro brindo a saudade que você se tornou.
Talvez um dia eu entenda de verdade todas essas fases. E ainda diziam o que eu sentia, não era amor… Era apenas uma “fase”.