Preciosidades
Quero reter-te na retina.
Cada traço do teu rosto, as linhas das tuas mãos,
a forma como teus olhos sorriem quando tua boca também o faz.
Aquele trejeito que te empresta doçura sem par,
a maneira de articular as palavras que escolhes, tão tuas,
e o som claro e alto da tua risada a me contagiar vezes sem fim
e que, de repente, transforma tudo em leveza e alegria.
Quero reter-te na retina.
Cada expressão que usas, sério,
para depois desanuviar o rosto em um sorriso que me faz refém.
A extrema sensibilidade que te induz a me fazer rir
quando muitas vezes queres chorar
e a maneira como brincas fazendo com que teu rosto se ilumine.
O cheiro do meu cabelo em tuas narinas...
O tempo sempre me confronta e se fantasia de névoa...
Quero driblá-lo e mantê-los morando nos meus olhos,
minhas preciosidades, filhos que a vida me deu.
Nenhuma outra graça eu poderia querer além de compartilhar a vida
com esse amor que transborda em abundância e me faz sentir viva,
celebrando cada pequeno gesto, observado em câmera lenta,
registro perene de cada um, usufruído com fervor,
amor de mãe a me envolver em paz e luz.
Obs.: Primeira estrofe para minha filha, segunda para meu filho. Amores da minha vida!
Em homenagem às mães que amam alucinadamente seus filhos, como amo os anjos que a vida me emprestou, como relicários de delicada beleza e frágil invólucro, que mantenho sob meu olhar e cobertos pelas minhas infindáveis e ternas bençãos!