Necessidade
Admirar o jeito
Mas nunca conhecer o peito
Se perder no anonimato
Nunca se entregar ao ato
É transcender o corpo
Se admirar com o sopro
*do vento sobre aqueles cabelos*
Sentir, na pele, a vontade suplicar
E satisfazer-se em dividir o ar
Esbaldar-se com a potência dos sentidos
Principalmente a voz entrando em seus ouvidos
É deixar os olhos comemorarem sua função
No pouco, da roupa alheia, enxergar uma imensidão
Complicar-se nos pensamentos tangíveis
Para perder-se em memórias tão falíveis
E sofrer, pelo intocável
E ser pleno, pelo notável
Pela construção do sensível
Inexplicável
[...]
O amor platônico é necessidade.