UMA HISTÓRIA VULGAR

Aqui estamos, nós dois novamente.

E o que temos a oferecer um ao outro,

é somente o calor de nossos corpos

e as caricias de nossas famintas mãos.

Somos duas ilhas que se encontram,

após longos e tenebrosos terremotos.

Não quero saber de trechos de sua vida,

pois bem sei, assim como a outras,

você também é uma história vulgar.

Melhor seria se não nos encontrássemos,

pois nosso espaço e tempo estão restritos.

Se passarmos longas horas juntos

logo nos vem o cansaço, pois

nossos desejos já foram saciados

e você ainda não me perguntou

se a quero bem ou se a amo ou não.

Melhor será guardarmos esse mistério

só para nós dois e ninguém mais.

Ou ainda que nunca houvesse essa pergunta,

pois o que sinto por você,

é algo que não sei lhe explicar.

Gostaria muito de não lhe mentir,

mas também não posso lhe ser sincero,

e tudo que sinto é muito singular.

É somente um misto de desejos e piedade.

Estação do Cercado (MG), 02 de abril de 2013.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 01/05/2018
Código do texto: T6324656
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