UMA HISTÓRIA VULGAR
Aqui estamos, nós dois novamente.
E o que temos a oferecer um ao outro,
é somente o calor de nossos corpos
e as caricias de nossas famintas mãos.
Somos duas ilhas que se encontram,
após longos e tenebrosos terremotos.
Não quero saber de trechos de sua vida,
pois bem sei, assim como a outras,
você também é uma história vulgar.
Melhor seria se não nos encontrássemos,
pois nosso espaço e tempo estão restritos.
Se passarmos longas horas juntos
logo nos vem o cansaço, pois
nossos desejos já foram saciados
e você ainda não me perguntou
se a quero bem ou se a amo ou não.
Melhor será guardarmos esse mistério
só para nós dois e ninguém mais.
Ou ainda que nunca houvesse essa pergunta,
pois o que sinto por você,
é algo que não sei lhe explicar.
Gostaria muito de não lhe mentir,
mas também não posso lhe ser sincero,
e tudo que sinto é muito singular.
É somente um misto de desejos e piedade.
Estação do Cercado (MG), 02 de abril de 2013.