ONTEM E HOJE...
Em um quarto mal iluminado além de
uma cômoda empoeirada que faz destacar
em alto relevo um porta-retratos de tempos
passados, acomodava um espelho e eu.
Nota-se certa jocosidade
nos traços do fotografado
deixando ver a primavera
que até então respirava.
Como o vento por força
dissipa as nuvens ou a fumaça,
a imagem do retrato nos
transmite a alacridade na afeição.
Mas, como o tempo não perdoa a imagem
refletida no espelho contrasta com a do
retrato de forma simplista e acaba apontando
os sulcos profundos na pele...
Os invernos da vida não pouparam
flocos de neve nos cabelos nem as
profundas rugas, mas o que mais preocupa
são os açoites das saudades...
Hoje sou rebenqueado das saudades, sou
reminiscência dos filhos pequeninos dos amigos
verdadeiros alguns deles em outra
esfera, enfim conservo um olhar nostálgico
sobre a minha jovialidade...