Todo dia

Quanto tempo estive aprisionada

Em imorais e ilusórias expectativas de nós

Nós feitos e desfeitos no balançar da melodia

Também, no tropeço e na vontade

De escolher outro par no término da noite

Como o clássico desencontro da lua e do sol

Persistiu em fugir quando era a hora do retorno

E meu coração, feito bobo e pleno de amor,

Não pôde acreditar em tamanho engano

Para tal erro, grande espeto afiado lançado

Fizeste-o de tolo

Em uma busca incessante por explicação

Justificou-se com nova pretensão

Seu coração estava era em uma nova estação

O aconchego clamado indo ao encontro da moça

E o jogo, mais uma vez, desfez-se em um sopro

A vida tem dessas coisas

Cansei de ser tua e do mundo

E, quando cansar-me de ser tão minha

Hei de olhar para o mar e ver o azul que casa

Com o amarelo e o cinza, no barulho das ondas

E da calmaria, no horizonte limitado ao nada

Lembrarei-me

Como lição para viver

Que o amor está na ousadia

De ser múltiplos seres, cheios de si

Todo dia

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 01/05/2018
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T6323769
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.