Todo dia
Quanto tempo estive aprisionada
Em imorais e ilusórias expectativas de nós
Nós feitos e desfeitos no balançar da melodia
Também, no tropeço e na vontade
De escolher outro par no término da noite
Como o clássico desencontro da lua e do sol
Persistiu em fugir quando era a hora do retorno
E meu coração, feito bobo e pleno de amor,
Não pôde acreditar em tamanho engano
Para tal erro, grande espeto afiado lançado
Fizeste-o de tolo
Em uma busca incessante por explicação
Justificou-se com nova pretensão
Seu coração estava era em uma nova estação
O aconchego clamado indo ao encontro da moça
E o jogo, mais uma vez, desfez-se em um sopro
A vida tem dessas coisas
Cansei de ser tua e do mundo
E, quando cansar-me de ser tão minha
Hei de olhar para o mar e ver o azul que casa
Com o amarelo e o cinza, no barulho das ondas
E da calmaria, no horizonte limitado ao nada
Lembrarei-me
Como lição para viver
Que o amor está na ousadia
De ser múltiplos seres, cheios de si
Todo dia