Como o Vento

Ando como o vento.

Passo por ti e mal toco,

tal a leveza de dedos,

de boca no aflorar doce da palavra

dita quase na lisura húmida da pele.

Sigo agora o tropel de bestas e Pégaso

e todos os passos são na inquietação da tarde,

na beira tímbrica da cor em agonia,

ocaso a dizer que a hora também chega

ao corpo sereno.

Ando como mistério em ti.

Faço-me sentir e sinto.

Quero agora tudo em força,

canto bêbado de vendavais,

quero-te , quero mais,

tão cega verdade e tão bruta, astuta,

tão acesa sob a cinza,

tão de amor saciada, imóvel,

como morte que a mim chegasse

enquanto me semeio.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 30/04/2018
Código do texto: T6323312
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