RIMÉTRICAS
Eu plantei a minha poesia
em uma terra chamada tristeza
lá nada nasce senão o amor
e já nasce natimorto
para não amar ninguém...
Eu colhi o meu amor
em uma terra chamada lieb
e lá o amor não fenece
a poesia já nasce sem rimétricas
para não encantar ninguém...
Eu enterrei as minhas lembranças
eu uma ilha chamada solidão
guardei ela, a poesia e o amor
em um cacifo de marfim africano
para aguçar a curiosidade de alguém...
Eu lancei no fundo do mar
aprisionada em relicário de Porto bebido
e lacrada com sebos e velas derretidas,
as cartas de amor que tantas, escrevi para ti
para que depois de onda a onda, sejam enfim...
lidas por ti.