A Vida é Um Oximoro

É fogo que congela

É gelo que queima

É o tempo ocupado e inegável que não podemos desperdiçar, gastando o tempo livre e negando sem evitar.

É a irremediável presença da ausência que podemos remediar

É a esperança que não se pode esperar

É a morte premeditada que bate na porta da vida sem avisar

É o eterno suspiro em uma efêmera falta de ar

É o amor que insistimos odiar

É o querer que não queremos desejar

É uma guerra no segundo infinito de paz

É o opaco brilho no olhar

É a nítida tristeza disfarçada no sorriso que me dá

É o espaço entre o aperto do beijar

É a lembrança de esquecer no esquecimento de lembrar

É o oi que você me diz ao se afastar

É o movimento na inercia da solidão da companhia

É um aperto de mão na despedida

É o nascer do sol no final do dia

É a ignorância repentina na rotina do conhecer

É a vida que me esclarece ao me confundir

É o esclarecimento na perfeita imperfeição de iludir

É a vida que vivemos pra no final, então morrer

É a morte que vive pra então renascer