Anjo (ou Quimera)
A poesia é!
Se ela precisar de um predicado
(nominal ou verbal), ela deixa de ser.
Pouco importa como ela vem,
com ou sem atributos.
O que vale é o que nela se consegue ver.
Assim acontece com o amor,
o qual surge rapidamente e
quando menos se espera!
Sorrateiramente, ele aparece escondendo sua face,
a qual pode ser a de um belo anjo
ou algo bem pior que a de uma quimera.
De um anjo (loira, negra ou morena), todos conhecemos suas propriedades:
virtuoso, complacente e parceiro,
espantando tudo que nos azucrina.
De uma quimera, nunca sabemos o suficiente.
Pode ser de uma ou duas cabeças;
mas o pior é o fogo que lhe sai pelas narinas.