Por entre as pedras
Tendo eu andado nas areias da vida,
Não pude perceber que por entres as pedras,
Movia-se uma imagem,
Não era uma sombra ou luz,
Era uma bela jovem,
Que se esgueirava por entre as pedras,
Seus pés descalços na areia fria,
Deixava rastros de tristeza,
Mas ao andar em minha direção,
Os passos que antes eram trêmulos,
Agora eram retos,
Firmes e fortes,
Eu senti um frio em meus dedos,
Que escorria até as mãos,
Deixei-me a suspirar e aquela beleza contemplar,
Porém foi aí então,
Que no meio da escuridão,
Tentei respirar,
E por mais que eu tentasse,
Mais eu me perdia naquela tentação,
Ouvir seus passos mais perto
Tum,
Tum,
Tum,
E eu ali, imóvel...
Tum...
Ela aproximou-se e a noite se fez dia,
As sombras se dissiparam,
O vento cessou e eu...
Nada fiz ou falei,
Apenas a olhei,
Olhei mais uma vez...
Desejei tocar-lhe nas mãos,
Beijar-lhe a face...
Enfim ela chegou
E diante de mim parou,
Seus olhos eram lindos,
Boca rosada,
Cabelos da cor do sol,
Pele brilhosa,
Não era uma mulher apenas,
Era uma musa!
Linda!
Olhei-a por mais alguns segundos...
Tomei-a pelas mãos,
Fechei meus olhos...
Aproximei-me de seus lábios,
Beijei-os fortemente,
Mas ao abrir meus olhos outra vez,
Vi que ali ela não estava,
Sumiu igualmente como apareceu...