Perdi-me
Perdi-me na ilusão de amar os teus olhos,
De deitar-me no teu colo e suplicar carinho;
Perdi-me no gosto doce dos teus lábios quentes,
Na amplidão que entornas sobre a minha mente,
Que vai escancarando portas de uma paixão sem cura.
Perdi-me ao sentir-me forte contra esse amor,
De caçoar dos versos de um trovador
Que de paixão morreu por não saber canta-la;
Perdi-me nas promessas fartas de uma vida rubra
Que tua vulva adora dizer-me bem baixinho:
“Vem, me namora, faz-me teu lar, teu ninho”!
Perdi-me ao encontrar-me no ponto equidistante,
De confessar-me teu e dedicar-me ao romance,
De derramar as juras de amor que eu colecionei
Por não saber a quem entrega-las;
Perdi-me, achei-te e perdi-me.