DORME ELIS
Elis dorme e o tempo me flutua,
passarinho às vezes de um voo.
Sou mais livre tanto que sou leve,
ora vivo como alguém quem esperou
não ter asas e em tendo que voar.
Dorme Elis assim humanamente,
sempre quis um anjo imaginar,
de repente, adorando eu me pego
a pessoa, nego tudo que não há.
Beijo a testa, fina pele, porcelana,
fazem festa meus sentidos aflorar,
velo o sono, sentir nela ir cuidando
noite a dentro tanto quanto posso amar.