Formosura
minha janela ainda está aberta,
e, lá fora, seu perfume meio doce
ainda entranha nos meros recortes
de pedra branca no chão e acerta
os pelos de meus nariz, como se fosse
extrato de rosas e cravos fortes...
dourada superfície que encobre teu corpo,
um manto tatuado de maciez e frescor:
rompe meu ser com tua calma capacidade,
alinhando meu riso e pensamento torto,
pondo em minha boca o néctar de teu sabor...
tua formosura e esse olhar faceiro
transbordam mundos, galáxias e tudo mais:
deita teus olhos sob mim, me liberta;
sou teu refém o tempo inteiro
porque, nunca antes, alguém foi capaz
de enxergar minha vida tão aberta...
exonera-me dessa condição de triste:
dá-me teus olhos, tua boca, tua razão!
give me todos os meios de felicidade:
mata tudo que em mim, ainda, persiste
silenciando minhas certezas no coração,
aquilo que todos chamamos necessidade...