SONHO
SONHO
A lua cheia me espreita pela janela.
Nas asas dos pirilampos, vou ter com ela.
Voando no espaço, tento me achar:
sou poeta que semeia versos no ar.
Pelo caminho, recordo-me de outras luas
pintadas entre as estrelas pelas mãos tuas
ao som de promessas e muita esperança,
delírio de amantes, compasso de dança.
Na brisa molhada, sinto o cheiro da chuva
e o seu vulto reconheço em pensamento,
o tempo parou, regado a vinho e uva
em noite festiva, de encontro alucinante.
Mas o sonho durou só um breve momento
que encerrou toda uma vida, num instante.
Basilina Pereira