QUE PENA AMOR!
Eu bem que gostaria de chorar,
ao menos uma lágrima por você.
Sentir algo que me deixasse triste,
pela sua recusa em me amar.
Mas, francamente, minha querida,
nada posso sentir, senão um alívio,
por saber que já não tenho nada
mais par a lhe oferecer.
Eu bem que lhe alertei
quanto aos seus pretextos por mim.
Por algumas vezes lhe antecipei
sobre o que poderia nos acontecer.
Você, mesmo assim, resolveu insistir.
Disse-me que eu era tudo em sua vida,
seu sonho bom, sua fortaleza.
Você imaginou que me enganava,
pois através de mim, você conquistaria
seus objetivos mais gritantes.
Que pena, amor.
Como você foi tão criança assim,
mesmo sabendo que eu faria por você
tudo aquilo que eu pudesse,
sem nunca desejar nada em troca.
Se algo aconteceu entre nós dois,
foi somente por um capricho do destino,
nada mais que um fato sem nenhum valor.
Pois o maior valor seria o amor
que não houve entre nós dois.
Se você se sente odiada
com o que houve entre nós,
e isso a deixa frustrada e desolada,
por você ser assim tão desatenciosa,
minha querida,
o que você gostaria que eu fizesse?
Você se ofereceu em troca do que?
De meu conhecimento, meu favor?
Ou você só queria brincar com meu amor?
Não tenho culpa do que aconteceu entre nós.
Se você se sente lesada com tudo isso, meu bem,
a culpa é somente sua e de mais ninguém.
Pois se algo aconteceu entre nós dois,
foi unicamente por sua permissão,
pois de outra forma nada teria acontecido.
Assim sendo, não vejo motivos para frustração.
Você fez suas jogadas, mas foi infeliz,
não conseguiu alcançar seus objetivos.
Então deixemos como está.
Foi melhor assim, a ter você como um objeto.
Nova Serrana (MG), 28 de fevereiro de 2012.