AMADOS EFÊMEROS...
Isolado num canto,
Se vive, em espanto,
Com as mãos sobre o rosto
Não se aguenta tal desgosto
Que fora pois causado por, sim,
Uma paixão leviana indefinida
Que deixou sem guarida
Perdido no acaso do descaso
Um coração apaixonado
Lá, além fronteira do país
Dos amantes amados,
Que faz divisa com o horizonte
Através de ligada ponte
Integrada entre amor a dois...
E se vive, assim, perplexo,
Ante ao vil reflexo
Que o sol das aparências
Mostra no espelho a ausência
De quem um dia muito se amou,
Que, por futilidades, se abandonou,
Se deixou de vez, já não mais se ama,
Está vazia e fria a cama
Que abrigou dois efêmeros amados,
Isso ocorrido é o maior dos pecados
Que se pratica ao amor de dois
Sem que se deixe para depois
O que se os propusera a viver,
O amor a dois até se morrer...