AMADOS EFÊMEROS...

Isolado num canto,

Se vive, em espanto,

Com as mãos sobre o rosto

Não se aguenta tal desgosto

Que fora pois causado por, sim,

Uma paixão leviana indefinida

Que deixou sem guarida

Perdido no acaso do descaso

Um coração apaixonado

Lá, além fronteira do país

Dos amantes amados,

Que faz divisa com o horizonte

Através de ligada ponte

Integrada entre amor a dois...

E se vive, assim, perplexo,

Ante ao vil reflexo

Que o sol das aparências

Mostra no espelho a ausência

De quem um dia muito se amou,

Que, por futilidades, se abandonou,

Se deixou de vez, já não mais se ama,

Está vazia e fria a cama

Que abrigou dois efêmeros amados,

Isso ocorrido é o maior dos pecados

Que se pratica ao amor de dois

Sem que se deixe para depois

O que se os propusera a viver,

O amor a dois até se morrer...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 19/04/2018
Código do texto: T6312924
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