Maré

Agora é tarde e a maré está baixa.

Nenhuma embarcação deixará o cais. O vento que outrora a tudo revolvia, parou para nós. O mar está sereno e a calmaria faz meu peito transbordar de melancolia.

O crepúsculo torna o céu cor de mate e derrama silêncio em meu peito. Sinto saudades dos dias em que havia tempestades. Prefiro um tornado de emoções a esta paz silenciosa que sufoca. Sem movimento nada nasce, tudo morre.

Meus pés se afundam na maciez morna dessa areia estática. A brisa já não sopra para afastar as lembranças inquietantes...

Até as gaivotas partiram desse cais de solidão, elas agora fazem ninho em outro coração.

Renata Vasconcelos

Renata Vasconcelos
Enviado por Renata Vasconcelos em 16/04/2018
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