Ausência de amor

Confesso que hoje

queria o amor, sem censura, sem pudor

com todas as insônias, as reticências...

e minha voz calada, por horas sem dizer nada

todos as músicas de amor e as palavras girando

todo o mar, as ondas, os barcos a navegar

e a ternura presente no olhar

essa cegueira de nada mais ver

a falsa mansidão das minhas mãos vazias

as paredes que desmanchei

a fome, a mancha, o mofo, a morte

todas as noites que inventei

e todos os dias a reacender o fogo, o suor

são o desaguar do meu amor

esse lobo faminto, distante, sozinho.

Por não ser, o amor me nega

Por se negar, o amor não me refaz...

Eu queria apenas ser feliz

porém, a ausência do amor não deixa...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 30/08/2007
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