Insanidade (repostagem)

Meu coração queima de desejo.

Arde intenso.

Se rebela contra mim mesma.

É insano.

Seu nome me causa ardor.

Incendeia-me.

Sou tua mulher e amante.

Despedaça-me.

Mas me conserte.

Me enlace.

Me possua.

Me trate como a mais rara posse.

Não me toque.

Não se aproxime.

Seu cheiro me causa arrepio.

Se afaste eu lhe imploro.

Sou toque me faz desmontar.

Desmoronar.

Ruir.

Desabar.

Sua língua é fogo.

É brasa.

Venha.

Me queime por inteira.

Meu corpo é carvão.

Fumaça.

Me entremeio em ti e dali não há ninguém que me tire.

Me derreto.

Grito.

Mas não pare.

Eu quero.

Eu preciso.

Como a vida precisa da água.

Como o artista precisa de inspiração.

As chamas me consomem.

Acessas.

Intensas.

Seus olhos me cercam.

Rodeiam.

Ah, como é bom te ter.

Te possuir.

Te preferir.

Muitos querem.

Mas só nós possuímos.

Vai ser assim sempre.

Para sempre.

É assim que deve ser.

Me enlace.

Eu te enlaço.

Me possua.

Eu te possuo.

Vai me dizer que seu corpo não pode?

Que sua essência não implora?

Vamos me diga!.

Eu sei que não pode.

Você é fogo.

E eu sou carvão.

Me queime e eu te transformo em fumaça.

Incendeia-me e eu te levo aos céus.

Me possua com todas as suas forças.

Me ame como nunca antes.

O paraíso celeste.

A agonia do tártaro.

A mistura perfeita do céu e do inferno.

Mistura incrível.

Homogênea.

Somos uma.

Sendo duas.

Dupla dinâmica.

Cumplicidade imbatível.

Me mostre o paraíso.

E eu te provo o quanto é bom a perdição.

Alice Moraes
Enviado por Alice Moraes em 14/04/2018
Código do texto: T6308685
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