Carta à Luzia
Amada, Luzia.
Quero nestas ínfimas linhas
Agradecer-te pelo teu passado,
Pois foi sobre os teus pecados
Que o nosso amor fora arquitetado.
Quero manifestar neste meu modo obtuso de ser
A minha adoração pela tua vida
E agradecer-te à revelia
De alegrar-me em turvos dias
Com o teu zelo exacerbado.
Amada, minha!
Tu és a primazia do amor incalculável,
Deixa-me o peito instável ao chamar-me de “meu bem”
Quanto querer bem.
Agradeço-te pela tua fidelidade,
Embora tenha vivido a sua história sem nenhum alarde
Nunca me fizestes de inimigo,
Nunca me traístes com meu amigo,
Nunca me passastes para trás.
Apressa-te, meu amor.
Temos uma vida inteira para fomentarmos
A maledicência dos seres mal-amados.
Eu sou teu namorado,
Hoje, amanhã e sempre.
Tu fizeste do teu ventre o meu castelo inviolável.
Tu és mesmo um ser afável!
Aproveite o teu descanso,
mais tarde eu te alcanço,
sei que estamos muito perto.
Com carinho, o teu homem,
Roberto!