A Separação das Torres Gêmeas

Aquela moça ainda está lá – presa.

Amordaçada na torre do castelo.

Ela não pode gritar.

O rei a proibiu.

A ela só resta chorar pela ilusão que partiu.

A pobre moça solitária debate-se incessantemente,

tentando solucionar os conflitos de sua mente.

Sua maior interrogação:

Por onde anda a emoção que um dia ela viu estampada no rosto de sua gente?

A emoção de lutar por um mundo diferente.

As amarras não a ferem mais do que essa dor pungente.

Ela sabe que o seu povo se encontra dominado pela mente.

Mas ela quer se libertar da tristeza.

A moça é uma princesa

disfarçada de plebeia,

porém, o maior tesouro que ela possui é a força da sua ideia.

Ela busca a salvação,

quer salvar sua nação

da terrível desolação.

Sim, a moça tem um coração.

Ele pulsa forte em seu peito

e procura não enxergar o defeito

que a cerca naquela prisão.

Ela precisa do cavalheiro

que a livrará do cativeiro

e a ajudará a pôr seus planos em ação.

O belo moço está preso em outra torre,

sofre, debate-se,

sente em seu peito amargas dores.

Anda a procurar amores,

mas só encontra rancores.

Está preso em seu castelo de horrores.

Como unir essas duas torres separadas

que possuem as ideias desejadas

para lograr o êxito da reconstrução,

da renovação,

desta terra que foi atingida pela desolação?

Como o cavalheiro emblemático reconhecerá

a bela moça entusiasta e unirá ao dela o seu coração?

Como a doce senhorita com ares de nobreza,

reconhecerá a sutil gentileza

do cavalheiro em questão?

Insuportável separação!

Ela o espera e não sabe.

Ele a procura,

porém teme que a desventura

de um amor não correspondido,

novamente esmague o seu peito sofrido.

Preso em sua torre o jovem se entristece.

Presa em sua torre a jovem compõe uma prece.

Pede ao Universo, a algum anjo sonhador,

que faça uso da flecha do amor

e o cavalheiro nos seus braços entregue, livre das angústias e do temor.

Ao sopro dos ventos

ela deposita seus sentimentos,

pede as estrelas, aos anjos, as fadas, que o façam entender,

que se ele não aparecer

os dois tendem a perecer.

Porém, se o contrário acontecer

e ele a surpreender,

rompendo a torre da ilusão,

haverá para eles um novo amanhecer

e luz no futuro da nação.

Os dois seguirão juntos na mesma direção.

Com os olhos banhados em lágrimas

ela se deita,

no chão sujo da prisão.

Faz um apelo: meu amor, por favor, não rejeites

o chamado do meu coração.

(Nijinska Nelly)

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Grata pela linda interação da querida Vana Fraga:

Senti As Dores Desse Parto,

Voei Alto De Fato,

Curti Muito O Barato,

Mas Deu Uma Vontade Ser Um Rato,

Com Dentes De Leão,

Mas Com Serrilhas De Aço

E Lava De Vulcão,

Para Livrar Ele Da Prisão

E Dar Aos Dois Um Ao Outro Logo A Mão,

Os Mandar Lá Pro Jalapão,

Donde Viveriam Do Bem Bom, E Adeus Prisão.

Nijinska Nelly
Enviado por Nijinska Nelly em 12/04/2018
Reeditado em 24/04/2018
Código do texto: T6306778
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