A Doer
Sou corpo.
Em mim nascem caminhos.
Vão e voltam,
ficam parados a doer
como se fossem mal do tempo.
Acordam a pele e a fome.
E quero, na avidez, engolir o mundo,
sangrar nas arestas da tua liberdade.
Sou eu, agora, a cidade,
o vício, a procura,
a voz rouca que exige a tua sede.