ADEUS

Tratei meu coração triste

Nas vagas de tuas palavras amargas

Que dizes tu fui eu que agitei

Se são minhas as tuas mágoas

E justo que devolvas a mim tua dor

Será justo terno funesto a mim

Qual amante mal amado

Não fere de morte a quem o rejeita

E depois clama não clama perdão sem perdas?

Perdoar não perdoa

A dor justifica o amor que morreu

Nas irrefletidas palavras escritas!

E de que me vale a poesia

Quem sabe epitáfio elaborado de lápide

Ou herança tardia de filho tardio...

Ah meu amor... quanto exigisse de ti!

calasse aos erros meus

Para calaboucear-me pejouso agora?

Maldita seara saariana é teu amor

Que quando penso estar perto

Mais longe de ti eu estou!

Mas findarei logo meus últimos murmúrios de amor

Lá onde o amor fez reais mártires

Lá onde morre o homem, mas águas do Cunhau!

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 09/04/2018
Código do texto: T6303506
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