ADEUS
Tratei meu coração triste
Nas vagas de tuas palavras amargas
Que dizes tu fui eu que agitei
Se são minhas as tuas mágoas
E justo que devolvas a mim tua dor
Será justo terno funesto a mim
Qual amante mal amado
Não fere de morte a quem o rejeita
E depois clama não clama perdão sem perdas?
Perdoar não perdoa
A dor justifica o amor que morreu
Nas irrefletidas palavras escritas!
E de que me vale a poesia
Quem sabe epitáfio elaborado de lápide
Ou herança tardia de filho tardio...
Ah meu amor... quanto exigisse de ti!
calasse aos erros meus
Para calaboucear-me pejouso agora?
Maldita seara saariana é teu amor
Que quando penso estar perto
Mais longe de ti eu estou!
Mas findarei logo meus últimos murmúrios de amor
Lá onde o amor fez reais mártires
Lá onde morre o homem, mas águas do Cunhau!