Peito pisoteado
E a angústia do sentir
Vem de leve no meu peito
Que em silêncio sorri.
Um riso triste e contente,
Pois só quem ama
Na dor lida, sente.
Quem me dera
Poder sussurrar
Ao pé de ti esta quimera.
Solidão de antro
Coração, vísceras
E pranto. És encanto.
Te dou parte
Da minha solidão
Que no meu vazio não se fez arte
Será isso o amor?
Dividir, compartilhar
A solidão, o vazio e a dor?
Já é noite, vejo a lua
O vazio me consome,
Minha alma sozinha flutua.
Busco lírios
No jardim:
Afago para os meus delírios.
Tu vens
Toda florida
Vestida de nuvens.
Meu coração,
Outrora desassossegado
Reconhece o amor na tua solidão.
Que deixa o peito pisoteado.