Confissão
Numa cidade pequena nasci, cresci e vivi
Até à metade da adolescência, muito sofri
Buscando no espelho das montanhas a doce
Felicidade cuja bondade minha alma prometi.
Sericita(*) só me inspirava o nobre desejo de amar
Ao ver seus habitantes desempenhando sob sol
E chuva atividades de lavrador, raras eram, quando
Nada mais restava a fazer, as atividades comerciais.
Na esquina, na calçada paralela à praça Santa Rita, agora talvez
Do lugar a mais bonita, havia a loja de tecido da família Dutra
Cujo colorido das fazendas encantava meu olhar sonhador,
Mas nela eu até receava entrar por ser um desprovido filho de lavrador
E àquelas belas e excelentes peças de tecidos não poder comprar.
Um armazém aqui outro acolá na praça da antiga
Jequitibá, onde havia belo jardim em flores
Em cuja calçada plantei meu primeiro amor
E com ele, por mais que eu resista, ainda vivo a sonhar.
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(*) Sericita: pequena cidade no interior de Minas Gerais
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