Obscenidades da língua
Você não é um sujeito nulo,
E eu não estou oculto,
Nem somos inexistentes!
Entre nós há uma conjunção
Que nos liga,
Se às vezes falo entre aspas
E você entre barras,
Certamente nos expressamos.
Muitas vezes me esqueço
Mas nunca pus vírgulas em nossas conversas,
Você, por outro lado, pontuava tudo.
E punha os pingos nos i’s,
Deixava-me com cara de exclamação!
E então, te pergunto, até que ponto?
Somos unidos por advérbios de intensidade,
Nossos verbos geram ações que correspondemos,
Não há adjetivos precisos que exprimam nosso amor.
Enfim, os tempos mudam,
As formas se alteram,
Somente o meu amor por ti,
Permanece com a mesma raiz!