MONODIÁLOGO
A sua voz vaza-me o infinito,
a sua vez fala-me o não dito,
a sua tez roça-me e não limito,
a sua dor pesa-me e não evito,
o meu ouvir volta-se à sua voz,
o meu dizer cala-se à sua vez,
o meu sentir goza-se à sua tez,
o meu ser surge do seu talvez,
a nossa voz em nós dizemos,
a nossa vez em nós doamos,
a nossa tez em nós colamos,
a nossa dor nós consolamos