TU ÉS

A casa enfeitada que não possui aspecto de lar,

A árvore que não produz mais frutos,

Um balão sem fogo e ar,

O rio sem oxigênio em suas correntezas,

Um corpo bonito sem alma,

Um beijo sem amor,

E tudo será um nada,

Vazio,

Vil,

Só.

A cama bagunçada com perfume no lençol,

Uma foto guardada no diário da memória,

Olhares de carnaval que completam o íntimo de paz,

Que é para vida perdida um pouco de gás,

Que no pouco satisfaz,

Um beijo com amor,

E um nada será tudo,

Repleto,

Eterno,

Nós.

Um piano de arpejos solitários, agora acordes,

Um livro de folhas rasuradas, alguém que conhece a história,

Buraco negro que traga a luz, agora gravidade que não condena,

Sofias, Marias ou Joãos, não importa o nome se quando chamo é você quem vem,

Em momentos diferentes, mas na essência que nem,

Tal e qual esperei, tu és,

Feliz eu beijei,

O que amei,

O que amo,

E amarei.