noites de constantes

eu me mato um pouco a cada noite
presenciando amores de amizades
recém feitas.
amores de comprar flores à sua
pessoa na madrugada
saindo de um bar.
isso é belo, sim. e quem foi que 
disse que o romantismo está
morto?
e o vendedor me abraçou, pois eu
não tinha a quem presentear.
viver cada história, ouvir e escrever
em páginas diárias. sendo a própria
caneta de palavras agitadas.
homens e mulheres se amando
enquanto bebo vinho barato e
converso com os mendigos.
ele teve uma boa vida, mas o
medo da solidão o tomou.
dia seguinte já não estaria mais
ali, e eu agora sou jovem de novo.

o tempo prega peças.
eu já disse isso algumas
outras vezes.
e ele continuará sempre que
puder, e ele sem se importar
conosco.
amizades acabam, outras começam.
encha o copo mais uma vez com teu
veneno favorito.
é um ciclo vicioso que estamos presos,
rotineiras dores que arrancam nossa
sensibilidade.

mas a noite continua linda,
e a madrugada cheia de suas
intenções.

o fim do mundo será hoje, bebê.
amanhã pensamos sobre o que
fazer com isso.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 03/04/2018
Reeditado em 03/04/2018
Código do texto: T6298687
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