A lâmina afiada do desejo

Há um grito preso na garganta

Que teima em tentar escapar

Para voar o infinito

Na busca de te encontrar.

Perambulo pelas ruas incólumes da cidade

Nas vielas escuras

E vejo os olhares a espreita

Para devorar minha alma.

São demônios da escuridão

Que querem destruir os meus sonhos

E eu não tenho medo

Porque vivo na ilusão.

Rasga a minha alma na incerteza

De dias que já não voltam mais

E a solidão de outrora

É apenas uma luz ofuscada na noite.

O grito já não está preso

Foi solto no alto da montanha

Onde agora me encontro

Tristemente a vagar.

Não preciso de seus conselhos

Eles já não me ajudam mais

Há uma incerteza

Que ofuscam a minha visão.

O sol está se escondendo

E o amarelo dourado me deixa triste

Em saber que mais um dia se foi

Em que eu não vi os seus olhos.

As ruas estreitas da viela

São sujas e encobertas pela maldade humana

Pessoas surrupiam a alma de inocentes

Que não deveriam passar por aqui.

Não há mais um grito preso na garganta

Porque a garganta foi cortada

Pela lâmina afiada do desejo

Da liberdade da alma.

Agora ela voa livremente

Rumo ao infinito desconhecido

De uma nova aventura

Que está nos meus pensamentos.

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com.br