Preto e branco
Na penúltima vez que te vi
Você estava de preto
Na última vez, você estava de branco
Preto e branco foi como nosso amor ficou.
Me embriago com o teu cheiro
Que espalha pelos nossos caminhos cruzados
Estranhos à parte
De volta pro início
Por vezes sinto-me em chamas
Nessas ondas sonoras de tua voz
Ecoando na minha mente
E gestos fotográficos
Não estamos na mesma arquitetura
Na mesma cidade
No mesmo bar
Na mesma cama
E consequentemente, "não mais no coração"
Apenas, belíssimas lembranças.
Mas estamos vivos...
Agora ouço Belchior
Num bar que nunca nem vi
Formulando este poema
Sobre o que nunca irá morrer
Sobre nós dois, no preto e no branco.