AFETUOSA CADÊNCIA
Contemplo o espelho e pergunto: em que me tornei?
Olho e vejo as marcas da dura profusão
Em que me deleitava, chamada solidão,
Resultado dos caminhos tortuosos que andei.
Sei que existe uma primavera florida,
Onde te encontrarei nos crepúsculos do nada,
E fixar-me-ei em teus suaves abraços de alvorada,
E junto a ti, mulher amada, contemplarei o que é vida.
Observo o fim da estrada de mágoa e tédio,
E me fortaleço sem a angústia que parecia não ter remédio,
Que me torturava em cinéreos dias até sangrar.
Vejo em tua beleza esta suave cadência,
Que inspira meus versos e revigora a minha essência,
E me faz menino descobrindo o que é amar.