DESEJO DA LUA
A lua tão pálida contemplava as histórias solitárias de uma paixão,
Ela, testemunha fria seguia perdendo sua luz, seu sol estava indo embora,
Então a lua chorava, imiscuindo suas lágrimas ao sereno, incontida trepidez,
Molhando o caminho por onde passavam as histórias que ela testemunhava e que ninguém contou.
A lua em segredo, desejava não perder o seu brilho,
Para não se sentir tão solitária em um enegrecido céu de estrelas pontilhadas,
Onde cada uma parecia um olhar distante que não alcançava a lua sem brilho,
E imiscuindo suas lágrimas com as do sereno, a terra ainda mais molhava...
A lua se apagou no céu, ela padecia no infinito talvez ao lado de um desconhecido paraíso,
Na terra ela contemplava paixões que acabavam e começavam, e algumas outras que recomeçavam,
A lua seguiu seu destino ainda calada, contemplado os caminhos agora mais escuros,
Mas poucos dias depois, ela percebeu seu reflexo novamente pintar as ondas do mar.
A lua que apagou e novamente acendeu, desejou nunca mais se apagar,
Mas entendeu que é necessário enfrentar alguns dias de trevas,
Para que sob seu reflexo seja sua luz admirada,
Ela sem saber cantava esperança aos corações partidos, dizendo sobre a coisas da luz após a escuridão.
Sob a lua pessoas seguiam apagadas, como crianças rejeitadas, trocando sonhos pelos pesares,
Algumas fecharam os olhos e não viram quando a luz voltou a iluminar,
Mas as que guardaram a fé, viram ao lado um paraíso acender,
Como o sol que ilumina, resgataram sua luz nos encantos de um olhar.
Assim são as coisas do amor,
Um dia podem se apagar, mas o sol sempre volta a alumbrar,
A lua agora guarda a esperança, mesmo que apagar seja inevitável,
Mas aqueles que estão sob a lua, não precisam seguir o mesmo destino.
A lua é o poema da madruga,
É a voz dos que já não querem cantar,
Quando o sol clareia sua pele e o mar ilumina,
Ela está cantando o poema, aquele com os versos de amar.
Sob a lua seus olhos são como meu sol,
E eu que estava ao lado do paraíso apagado,
Hoje dentro de um abraço eu posso me regozijar,
Porque ontem tudo era noite escura, mas hoje voltei a clarear.