PELO VIDRO DA JANELA

Ultimamente tem chovido muito.

Os dias ficam tristes e escuros.

Pelo vidro da janela,

posso ver a rua vaga,

a escorrer seu pranto em enxurrada,

sem saber por onde ir.

Posso ver também, as gotinhas da chuva,

bailando e brincando entre si.

Algumas delas, mais ousadas,

escorregam pelo vidro da janela

e quando se encontram,

tudo se torna alegria.

Pois ao se abraçarem carinhosamente,

já não são mais, duas a se procurarem,

mas uma só a se satisfazer de amor.

E isolado, aplauso a esta cena,

que me deixa a meditar.

Se entre duas gotinhas de chuva, há união,

por qual motivo, recusas meu coração?

Nova Serrana (MG), 23 de fevereiro de 2004.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 31/03/2018
Código do texto: T6295914
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