PELO VIDRO DA JANELA
Ultimamente tem chovido muito.
Os dias ficam tristes e escuros.
Pelo vidro da janela,
posso ver a rua vaga,
a escorrer seu pranto em enxurrada,
sem saber por onde ir.
Posso ver também, as gotinhas da chuva,
bailando e brincando entre si.
Algumas delas, mais ousadas,
escorregam pelo vidro da janela
e quando se encontram,
tudo se torna alegria.
Pois ao se abraçarem carinhosamente,
já não são mais, duas a se procurarem,
mas uma só a se satisfazer de amor.
E isolado, aplauso a esta cena,
que me deixa a meditar.
Se entre duas gotinhas de chuva, há união,
por qual motivo, recusas meu coração?
Nova Serrana (MG), 23 de fevereiro de 2004.