DORME, CORAÇÃO

Dorme, coração

solitário e abatido

nos lençóis deste pulmão

doentio e poluído.

Bombeia o seu sangue

no que resta de veias;

só não deixes que ele se esvaia

pelos buracos de minhas meias.

Dorme, coração solitário,

enquanto a dor te procura,

pois estes olhos lendários

te acelera e te tortura.

Fique atento, coração,

do que possa te acontecer.

Cuidado com a emoção

de quem quer te conhecer.

Pois neste leito esquecido

tu dormes com o anseio

de amar debaixo do vestido

os tão sonhados seios

da menina que te agita

e te deixa acelerado

quando ela te conquista,

estando do meu lado.

Nova Serrana (MG), 22 de maio de 1986.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 25/03/2018
Código do texto: T6289867
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