BORBOLETAS E COLIBRIS A SÍNDROME DO AMOR
BORBOLETAS E COLIBRIS
A Síndrome do Amor
Autor: Lucarocas
A saga de um grande amor
Que reverbera a paixão
Faz uma transformação
Traz lume de esplendor
E a vida em seu fulgor
Traz energia ao casal
Que em exercício carnal
Nos olhos trazem mais brilhos
Pois o desejo de filhos
E busca nesse ideal.
O sonho paternidade
Burila um sentimento
E a vida no momento
É plena felicidade
A voz da maternidade
Ecoa no coração
A alma faz uma canção
Pra vida que se oferece
E tudo então vira prece
Pro broto da criação.
Semente da natureza
No ventre ela é semeada
Para ali ser germinada
Na mais perfeita beleza
Pois tudo em sua grandeza
Tem a métrica da vida
Os pais na mesma medida
De corpo alma e sorriso
Pro filho ser paraíso
Nessa prole concebida.
Mas no homem há sonhar
Em Deus realização
E Deus só nos dá lição
No caminho a caminhar
E assim foi transformar
Com seu poder celestino
Dando vida a um menino
Num rito celestial
Para que esse casal
Cumprisse agora um destino.
E o destino traçado
Para o casal e a criança
Era um mundo de esperança
De ver tudo transformado
E fazer seu filho amado
Mesmo sendo diferente
Vendo o fruto da semente
Como presente de Deus
E em todos os dias seus
Viver feliz e contente.
Deus então por sua vez
Mexeu em um cromossomo
E o vinte e um ficou como
Ao invés de par ficou três
E foi assim que Deus fez
Nascer com Down o rebento
Criando ali no momento
Um ser de grande esplendor
Pra ser motivo de amor
De vida e merecimento.
Quando a criança nascida
Com os pais não parecia
A vida que ali nascia
Não era nem parecida
Com o projeto de vida
Com a semente plantada
Do casal não tinha nada
Dos traços dos corpos seus
Mas era a imagem de Deus
Na terra em nova morada.
Mas quando aquele menino
Se fez vida em seu chorar
Uma lágrima no olhar
Mudou visão do destino
E os céus cantando hino
Deu pra terra mais valor
Se fez canção de louvor
E de agradecimento
Pois o fruto do momento
Tinha a síndrome do amor.
E hoje há borboletas
Num universo de luz
Há colibris que reluz
Em rosas e violetas
Anjos tocando trombetas
Pra Down a todo segundo
Semente de amor fecundo
Que na terra germinou
E tudo então transformou
No modo de ver o mundo.
Portanto ao observar
Um Down em sua silueta
Veja ali uma borboleta
Muito feliz a voar
Se um colibri encontrar
Voando com liberdade
Veja um Down felicidade
Brilhando com os jeitos seus
Pois Down são anjos de Deus
Ensinando a humanidade.
Fortaleza, 22 de Março de 2018.
Texto em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down ocorrido no dia 21 de março.