A CONQUISTA
Eis que um dia chega ao fim a doce juventude
Idade em que o amor é revestido a descobertas
Em que a razão manda e o coração tem atitude
Época em que a emoção liga o tal sinal de alerta
Lembrei quando mergulhei de cabeça no amor
De quando era jovem e imaginava tudo eterno
Com o tempo me contive, tinha medo do rancor.
Tristeza que carregava recordando cada término
Não existe forma certa, uma receita da conquista.
Sem ter tempo, sem ter dia, momento, ocasião.
Amar é um invento concedido a nós, artistas.
E o impossível será sempre só questão de opinião
O amor que flui em mim, água pura da nascente.
Que limpa internamente e nos faz ficar felizes.
Amar é viver ao vento, nos tornando inocentes.
Pra que isso faça efeito é preciso fincar raízes.
Rega-las com carinho esperando seus bons frutos
Sendo então eternizados nas mais belas poesias
Escritas com muito esmero feito diamante bruto
Desta forma tão singela nem Drummond declamaria
Uma árvore do amor, com seus troncos ostensivos.
Todos têm que ter sustento, de confiança e lealdade.
O que move sentimentos é o que nos oferece abrigo.
Com o longo passar dos anos, suportando a vaidade.
É triste ver quando alguém perde a fé na vida a dois
Quando diz não mais amar logo após a dura queda
Quem para não saberá o que o futuro traz depois
Que tira de seus caminhos todas aquelas pedras
Apesar de ser antigo, o amor sempre é tendência.
Exposto na vitrine de quem sempre deseja tê-lo.
Pode ser que bata forte, machuque sem ter clemência.
Mas o amor é imponente e senti-lo jamais terá preço.