NÃO
Eu deitei em teus lábios acesos,
à sombra da tua carga imaginária.
Imaginei os faróis da noite,
iluminando o primor vogado
em tua pele,
em teu sorriso,
tua unha negra transparece.
Tua nua armadura, tesa, esmorece.
Arrefecida ao teu hálito virgem,
abraçando-me à morte no pânico do teu grito.
Ouço do teu ventre, este som!
Teu dom me dá prazer e é muito bom!
Sei que recolhido à cor da tua aréola.
Sob à ficção de negras nuvens, austeras!
Sei que os teus lábios
– àqueles onde buscarei os meus últimos desvãos -
retrair-se-ão ao soletrar-me:
-“NÃO”!