CREPÚSCULO
O paredão rochoso à beira-mar
Brilha salpicado de gotículas,
Como um espelho granítico
Refletindo a esplendida luz
Emanada do círculo avermelhado,
Que reluta em mergulhar
Mas não tem como evitar
Aquele que é seu destino.
O paredão é testemunha
Junto à areia molhada
Da bela narcisa solar despedida,
E na outra ponta da praia
Lá vem a lua prateada
Apressada espiar o show
De seu fugitivo amado,
Com uma lágrima por sob o véu.
Esse amor de desencontros
Cantado em prosas versos e contos,
Que tanto derrama prantos,
É o crepúsculo que nos espera
Em meio ao farfalhar das ondas,
Que tal qual o rio que passa
Não são feitas das mesmas águas
E como a vida, seguem ciclos sem fim.