CREPÚSCULO

O paredão rochoso à beira-mar

Brilha salpicado de gotículas,

Como um espelho granítico

Refletindo a esplendida luz

Emanada do círculo avermelhado,

Que reluta em mergulhar

Mas não tem como evitar

Aquele que é seu destino.

O paredão é testemunha

Junto à areia molhada

Da bela narcisa solar despedida,

E na outra ponta da praia

Lá vem a lua prateada

Apressada espiar o show

De seu fugitivo amado,

Com uma lágrima por sob o véu.

Esse amor de desencontros

Cantado em prosas versos e contos,

Que tanto derrama prantos,

É o crepúsculo que nos espera

Em meio ao farfalhar das ondas,

Que tal qual o rio que passa

Não são feitas das mesmas águas

E como a vida, seguem ciclos sem fim.

rub levy
Enviado por rub levy em 09/03/2018
Reeditado em 22/07/2018
Código do texto: T6275313
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