A noite é côncava. E bela, com cristais afundados às paredes
E leve... leve como a brisa... leve como a agonia
À noite os sentidos rodam o dorso das horas,
respiram os espelhos interiores, incendeiam as salas da memória
A noite é um punhal cravado no tempo do peito
Ahhh... E ela agrava o sangue, beija a pele, salga a nudez
e o desejo bate às portas do poema
E eu penso nele, [ a quem jurei a alma ]
Sua imagem segue cingida às minhas estrelas !
Sim eu o desejo ! Sim eu o quero, agora, para além das letras !
Quero o beijo mudo sem palavras, a insônia dos lençóis,
o café com a manhã pelo meio,
rés... rés... num pulso roçando o céu .