Procurando
Procurando
O grito estridente rasgou o véu da noite.
Tal qual o vento forte dilacerou as finas
flores da macieira.
Noite alta procurando um corpo sumido.
Cai a chuva fria, surrada pelo vento norte.
Árvores crepitam no estalar de galhos,
arrancando gemidos, uivos na noite fria.
Noite alta procurando um corpo sumido.
Abrigos fecham suas portas, protegendo
seus ocupantes.
O inicio do fim aproxima-se, já não há mais
ninguém nas ruas.
Noite alta procurando um corpo sumido.
Silencio...
Somente a chuva cai e o vento sopra.
Candelabro balança no piscar da luz
O corpo sumido continua.
Paulo Mello
23.08.07