Procurando

Procurando

O grito estridente rasgou o véu da noite.

Tal qual o vento forte dilacerou as finas

flores da macieira.

Noite alta procurando um corpo sumido.

Cai a chuva fria, surrada pelo vento norte.

Árvores crepitam no estalar de galhos,

arrancando gemidos, uivos na noite fria.

Noite alta procurando um corpo sumido.

Abrigos fecham suas portas, protegendo

seus ocupantes.

O inicio do fim aproxima-se, já não há mais

ninguém nas ruas.

Noite alta procurando um corpo sumido.

Silencio...

Somente a chuva cai e o vento sopra.

Candelabro balança no piscar da luz

O corpo sumido continua.

Paulo Mello

23.08.07

Paulo Mello
Enviado por Paulo Mello em 28/08/2007
Reeditado em 28/08/2007
Código do texto: T627102