POETA EM DEVANEIOS
(Sócrates Di Lima)
Vos direi no entanto,
que a verdade de amor,
por certo, me amedronta,
A solidão, talvez,
me afronta,
e por vezes é dolor.
Vos direi, senhora!
Que embora seja alegre,
de alma livre e absorta,
Viajo nas tristeza,
que com certeza,
por certo, me importa.
Mas no fundo,
não sou um homem triste,
nem só de tristeza falo,
meu corarção resiste,
mas, minh'alma cala.
Já dizia o grande poeta,
Um tal de Fernando Pessoa,
Que não é atoa,
Que nas vertentes do amor,
O poeta é um contumaz fingidor.
Será que eu finjo,
chorar nas minhas alegrias!
Ou o contrário é veridico,
que nas minhas poesias,
Eu sorrio das minhas fantasias.
As vezes viajo,
no surreal,
divago...
perco-me em devaneios,
Mas nada é igual,
aos meus anseios.
Sou talvez um aprendiz,
colhedor de sonhos,
poetador de desejos,
como doces lampejos,
de desencontros tristonhos.
Vos direi por certo!
Não sofro com a solidão,
Pois fi-la a minha opção,
Em estar sozinho mas aberto.
Aberto ao amor,
Aberto a saudade,
aberto tambem a dor,
Que por certo me invade.
Vos direi no entanto,
que embora os risos e prantos,
Sou humano...
E como tal, sano e insano,
e sem quaisquer timidações,
Sou cantador de ilisões.