ESSA É A CANÇÃO
Essa é a canção que não se dedica as velhas feridas,
Essa é a poesia que não se faz em memória de quem já mentiu,
As palavras estão tatuadas com sabor de bem-aventurança,
O mundo não dirá o tempo certo, somos nós o que fazemos.
Essa é a canção das curvas tortas que celebram o encontrar,
Pois as retas são apenas paralelas, vizinhas que não se misturam,
Essa é a poesia das coisas que podem se imiscuir,
Dos desgraçados e desacreditados que na esperança permaneceram.
O carrasco machucou, mas é melhor ser machucado que machucar,
Foi por ele que o caminho mudou, conduzindo-me a te encontrar,
Gratidão pelo ontem e o agora, lutas e glória, pelo amanhã eu vou lutar,
No mundo onde todos erraram, a mágoa é veneno, é tempo de perdoar.
Se dias difíceis se levantarem, eu não me farei abatido, eu só quero que esteja comigo,
Se seus sonhos parecerem poeiras ao vento, respira, estarei contigo,
Os tempos jamais voltarão, mas quantas horas nos restam para amar?
Tudo passa tão rápido, as pessoas descartam, mas se algo um dia falhar, eu quero consertar.
Amar é como uma roda gigante, quando estamos em cima vemos tudo com clareza,
Quando estamos embaixo, a visão é mais curta e respiramos incerteza,
O tempo é remédio, mas veneno para quem a dose ultrapassar,
Então nem depressa, nem devagar, esta é a hora de continuar.
Essa é a canção que para ninguém eu cantei, por falta de inspiração,
Essa é a poesia que por você liberou o meu coração,
Que canta sobre dois caminhos tortos que se entrelaçaram,
Que fala sobre duas almas perdidas que se encontraram.