Eu sou o amor

Sou paixão que aperta

Mas não existe

Eu sou o amor

O sentimento do qual fugiste

Por detrás da raiva há dor

Por detrás desta escondo-me eu

E tu me queres matar

Mas o amor jamais morreu

Mesmo quando o coração

Enche-se de ódio e vontade de vingança

Ainda existo

Existo mesmo que o mundo me maltrate

Ainda que a língua dos anjos vos baste

Nada sois sem mim

Eu sou o amor

A loucura que te obriga

À sanidade

O casulo intangível que te abriga

Quando os braços do teu próximo

Mostram-se cerrados de pirraça

E a revolta planeia ir à caça

Eu te abraço

Ali mesmo onde não me vês

Tu me sentes e eu me deixo

Iluminar o bem que és

Eu sou o amor sem escalão

Sem raça, sem idade, sem ilusão

Sou o amor com responsabilidade

Sou baldio

Pobre

Porém dinheiro

Não me atrai

Sou mesquinho

Mas nobre

Grandeza

De mim sai

Sou o amor que se respira

Vive-se e sente

Sem ti sentir

Que falta algo de repente

Sou o amor que habita em nós

Quando a desolação nos isola

E não tem graça existir

Queremos ir-nos embora

Sou teu abraço e teu braço

Que braço a braço te cobre

No frio das febres, por mais que cobertor sobre

Sobretudo de propósito

Abraço-te abertamente

Com a mente aberta e voluntária, eu sou um amor incógnito.

Widralino
Enviado por Widralino em 24/02/2018
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