AMÁLGAMA


Ontem eu ainda imaginava que a vida poderia ser um jardim de flores,
borboletas, pássaros, beija - flores... felicidade. Hoje sou apenas um
vulto sombrio a caminhar a esmo por caminhos pedregosos...
tu me fizestes acreditar que o amor poderia existir... mentistes...
Deste - me um tempo em que o tempo não contava...
apenas víamos que o dia amanhecia, o Sol nascia, a noite chegava,
a lua iluminava, as estrelas luziam... e nosso amor acontecia, sempre e
sempre... eu transcendia na fantasia das tuas promessas...
"És minha como sou teu e serei, para sempre! Nada haverá de nos separar,
porque nos amamos!!" E eu acreditava como acreditava na própria vida...
Tu me possuías como fosse, eu, o teu maior tesouro na Terra! Deliravas
em êxtases profundos, acompanhando - me em viagens que pareciam
intermináveis, ao paraíso dos sonhos realizados!
Teu corpo de bronze era o altar onde me entregava para os prazeres serem
saciados; meu corpo te fazia derreter e nos tornávamos amálgamas do
mais intenso desejo, fundidos nas entranhas do nosso ser...
Mentistes... 

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 23/10/2005
Código do texto: T62610