Chuva breve

fale-me da vida inteira.

se nada tens a falar

cale-se agora.

fale-me dos novelos

de nuvens desfeitos

pela manhã.

agora o sol ilude

a flor que passa

quase morta

nas curvas

do rio.

fale-me das águas

e das serpentes

que me afligem

e cansam.

fale-me do amor

sem a rima rara

e dissonante.

a minha alma

agora ouve silêncios.

guarda-se da chuva

breve

e azul.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 21/02/2018
Reeditado em 26/02/2018
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