Deixei ir
Afinal, o que é o amor?
Lembro de nós duas sentadas no Oscar
Cabelos ao vento
Risos aos papear
Afinal, o que é o amor?
Lembro da gente pelas ruas
Você adorou saber da minha infância
E quando estávamos nuas
Despidas de qualquer vergonha ou intolerância
Foi o melhor momento
E, mesmo assim, me sinto ao relento
Porque lembro quando desenhei pra sua filha
Ela adorou, então me contento
Afinal, o que é paixão?
Seria desejo ou imensidão?
É segurança, ou fogo no coração?
Cada estrofe foi uma história
Mas nem todo amor foi representado
Pois sou imensidão de dor,
Emoção e um bocado
Do que você chama de "envolvência"
E quando não dá certo?
Segue o ditado: finge demência
Afinal, quem eu sou?
Quem se amarra direto
É precipitado
Papo reto?
Dentro do peito tenho amor de sobra
Estocado
Se esse for o erro fatal
Permaneço toda errada, intensa e boba
Mas juro, não é por mal
Porque cada término é uma facada, intensa e tola
De quem não soube ser leal
Ao sentimento, tantas promessas
Cada poema é uma viagem
Tentando entender o que não me explicam
Se cada um que me cativa
Vive pra sempre em mim
Quem eu serei depois
Que cada pedacinho me destruir?
Esse baque foi diferente,
Pairou no pensamento
Confundiu os sentidos,
Intrigou por muito tempo
Deixei ir
Querendo que não me deixe [de vez]
Eu parti
Querendo ficar e nem a vi me olhar
Pois virei e ela soube disfarçar
Para só um pouco depois me contar
Que a ficha demorou a cair
E, mesmo amando
Deixei ir
Querendo que não me deixe [de vez]
Como já dizia a poetisa
Escama só de peixe